quarta-feira, 20 de abril de 2011

Na esperança de uma “Terra sem males”

De Projeto Terras Indígenas

Haikai indígena I

E o parente? Vai ind(i)o,
agora mais dependente
de abridor de latas

(Graça Graúna)


Fiz este haikai na esperança de que um dia todos(as) seremos índios(as), numa Terra sem males. A tela que ilustra o poema, fotografei-a na “Exposição Terras indígenas”, organizada pela artista plástica Claudia Campos, no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília/DF, no Dia do Índio, em abril de 2010.
Reflito: há 68 anos foi criada no Brasil o Dia do Índio. Na verdade, ao criar essa lei em 1943, o então presidente Getúlio Vargas apenas pegou carona na data que é dedicada ao índio no México, desde 1940. Na América Latina, o dia consagrado ao índio surgiu da insatisfação de lideranças indígenas que participaram do Primeiro Congresso Indigenista Interamericano. Aqui, no Brasil, o Dia 19 de abril parece que foi criado para nos tornar mais invisíveis. Nós somos herdeiros dos povos que deram origem a este país. Infelizmente, os povos indígenas no Brasil e noutras partes do mundo continuam mal interpretados nas escolas e a sociedade como um todo nos trata como se fôssemos selvagens; a sociedade empurra-nos, cada vez mais, à margem e poucos, pouquíssimos educadores colocam as ideias no lugar quando falam a nosso respeito. É uma raridade encontrar professores(as) que tratam com apurado senso ético, com sensibilidade, e criatividade a tal Lei 11645 que, em 2008, permitiu ao então presidente Lula alterar a Lei 10.639/03 e instituir a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana, afro-brasileira e indígena na educação escolar brasileira.
Neste dia 19 de abril de 2011 almejo a todos(as) meus/minhas parentes indígenas que seja respeitada a nossa cultura, a nossa história e que as nossas crianças cresçam na esperança de serem tratadas com dignidade. Que Ñanderu nos acolha.

São Paulo, numa bruta chuva, 19 de abril de 2011
Graça Graúna



Ao escrever,
dou conta da ancestralidade;
do caminho de volta,
do meu lugar no mundo
(Graça Graúna).

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

CONVOCATORIA do projeto Terras Indigenas em São Paulo: segunda-feira dia 28 às 20 horas

Ola,
contando com o apoio de Marcia Gadioli e de Marcelo Salles da Casa Contemporanea, estaremos nos reunindo na segunda-feira, dia 28 de Fevereiro, as 20:00 no seguinte endereço:
Rua Capitao Macedo, 370 - Vila Mariana.
O tel de la e o : 2337-3015
Programa da noite:
apresentaçao do projeto Terras Indigenas aos antigos e novos artistas participantes.

Ate breve,
Claudia Camposs
Autora do projeto

quarta-feira, 30 de junho de 2010

finissage


Sarau de encerramento da Exposição Terras Indígenas
dia 5 de JULHO de 2010, das 19h30 às 22h30, no MPI, Brasília - DF

O sarau consistirá em apresentações musicais e poéticas de diversos artístas brasilienses que se solidarizam com questões indígenas.

Ao final haverá uma rodada de cantos indígenas de diferentes etnias dirigida por estudiosos de "cantos de matrizes antigas" da Escola Vox Mundi de Yoga da Voz.

sábado, 27 de março de 2010


Exposição Terras Indígenas:
Curadoria
Organização geral do projeto na França e no Brasil
Cláudia Camposs

Assistente de Curadoria
Laura Rodríguez

Memorial dos Povos Indígenas
Marcos Terena e Ana Claudia Simões

Assistente de organização em Brasília
Daniela Komives

Montagem da exposição
MPI, Equipe da Secretaria da Cultura, bombeiros
Flávio, Angela, Andrea, Lucas, Johanna, Carlos,
Cesare, Renata, Mariangela, Laura, Claudia
e todos que estiveram lá e colaboraram


Catálogo
Cláudia Camposs - Coordenação e seleção de textos
Flavio Bassani - Projeto gráfico
Gláucia Jabanji
Laura Rodríguez - Revisão de textos

Videoconferência em São Paulo
Memorial da América Latina
Angela Barbour
ARTIUM estúdios

Comunicação na web
Cris Flaksbaum

Projeto de captação
Carla Borba

segunda-feira, 8 de março de 2010

Marcos Terena, Memorial dos Povos Indígenas

Prefácio – Terre Indigène

(*) Marcos Terena

A língua da Terra é a única capaz de ser compreendida por todos os povos que habitam esse universo de diversidades, seja humano ou ambiental.

Os Povos Indígenas que sempre mantiveram um relacionamento saudável, de equilíbrio e sustentabilidade ao longo do tempo, compreenderam e transmitiram de geração em geração não só o usufruto do potencial material de águas, matas e animais, como souberam criar um canal de compreensão dos valores espirituais e culturais em cada sintoma, como filhos da Terra.

A modernidade sempre talhada como um processo de desenvolvimento que não pode parar, com argumentos tecnológicos e científicos não consegue avançar na sua agressão sem que ocorra uma resposta imediata da Mãe de todos nós. Primeiro, como alerta, depois, como repreensão e finalmente como um grito de dor e de sobrevivência típico do amor maternal.

Por isso a voz indígena, tal como a voz da terra, agora retratada através da inspiração do criador das artes e dos fazedores de sentimentos, mostra que além da beleza plástica, há nos painéis uma mensagem de que o futuro precisa ser garantido às novas gerações como um bem comum onde todos, inclusive os animais, devem usufruir, como valor para o bem viver!”